Adolescência. Aquela palavra temida pelos pais e que as crianças amam desesperadamente. Adolescência é um meio termo, é aquela fase em que você não é mais criança porém tão pouco é um adulto.
O que se sabe sobre a adolescência é pouco e muito. Sabe-se que é a fase em que você se decepciona porque sua vida não é como nos filmes americanos, você não estuda em uma escola com armários azuis, não vai à festas toda sexta-feira e não tem um namorado que joga no time de baseball (aliás, que time de baseball?). É quando você descobre que tem que ter o coração partido para ativar o alarme-anti-babacas. É quando você tem que deixar amigos para trás e fazer novas amizades para sobreviver em um novo ambiente. É quando você comete erros para aprender a reconhecer os acertos.
Mas também é quando você cria suas melhores memórias. Aqueles momentos com suas amigas em que você faz e fala coisas sem graça mas não importa, pois vocês dão risada do mesmo jeito. Quando você paga um mico mas não liga porque sabe que irá fazer alguém rir por causa disso. Quando você deixa sua amiga te convencer a fazer algo imbecil por ela porque é sua amiga, e ela pode. Quando você faz algo idiota mas não se importa pois um dia isso vai virar uma história a ser contada. Das memórias mais importantes, como uma viagem ou sua formatura até as mais simples, como um cineminha na sua casa ou se sentar ao lado dos amigos no intervalo e falar qualquer besteira.
Outro fato sobre a adolescência? Ela vai fazer falta.
Quando você tiver 30 anos, uma casa e uma família e por mais feliz que você seja, vai sentir falta de tudo isso. Você vai se lembrar da sua fase emo, sua fase rebelde, sua fase "eu odeio o universo" e a pior de todas, sua fase cabelo-esquisito. Vai lembrar das palhaçadas em sala de aula e daquela professora de quem você tirava sarro. Vai se lembrar de como era bom não ter que ser responsável o tempo inteiro. Vai lembrar de como você fazia besteiras, vai sentir falta de faze-las e ficar feliz por tê-las feito.
Porque no fim, a adolescência é isso: uma grande caixa de memórias.
Gina Zahner